Sobre Felipe Azevedo
“Sou um Cantautor contemporâneo, Mestre e Ensinador e me expresso no estilo que criei, o ‘Violão com Voz’ “
(Felipe Azevedo)
(Felipe Azevedo)
Nasceu no dia 16 de fevereiro de 1964. Iniciou na música como baterista (dos seis aos 12 anos), em seguida dedicou-se à flauta doce (dos 12 aos 14 anos) e em seguida ao violão e ao canto. Atualmente toca violão de 6 e 7 cordas, viola caipira, ukulele hawaiano e cavaquinho, além de cantar. Inicialmente autodidata, aprendeu a ler e escrever partituras através de um Curso de Violão do mestre uruguaio Isaías Sávio. Uruguaianense, do Sul do Brasil (fronteira com a Argentina), brasileiro, traz em suas composições influências das geografias musicais de seu país e de diversos gêneros do mundo, tudo em grande parte focado e filtrado no seu processo criativo, que o artista denomina Violão com Voz.
Com quatro discos lançados (Cimbalê, 1998; Identidades, 2002- com o acordeonista suíço Olivier Forel -; Percussìvé ou a prece do louva-a-deus, 2007 e Tamburilando Canções – Felipe Azevedo – Violão com voz, 2011/12, além do K-7 experimental Olhar Mouro, 1994) resultantes de intercâmbios culturais e premiações em projetos de leis de incentivo como Petrobrás Cultural, Funarte, Fumproarte, dentre outros, Felipe Azevedo já teve suas canções gravadas por nomes como Monica Salmaso, Angela Jobim, Adriana Marques dentre outros.
Compôs trilhas sonoras originais para filmes/documentários como “Aos Grandes Mestres – Danúbio Gonçalves” do cineasta Henrique de Freitas Lima, e para espetáculos de teatro e dança, como “Lixo, Lixo Severino” (Dança contemporânea) e “A Casa” (Danza-teatro Flamenco), todos os trabalhos premiados, e mais recentemente “Macho Homem Frágil” (Dança Contemporânea)
Vencedor de seis prêmios Açorianos (o mais importante prêmio da cena musical do Sul do Brasil), e outros tantos em festivais de música nacional e internacional, também já se apresentou em turné por países como Suíça, Noruega, França e Uruguai e em festivais de música como os suíços Fête multiculturelle, Festival des Cropettes, Festival de La Cité, o frances L’air du Temps, o norueguês Johan Halvorsen musikkfest e o espanhol Premio Cl’hips em L’Hospitalet de Llobregat (Barcelona).
Mestre em Letras (Estudos de Canção) pela Universidade Federal do RS (UFRGS) é Especialista em Educação (FACED-UFRGS) e também Licenciado em Música (Centro Universitário Metodista – IPA) e Letras (PUC), tendo inclusive cursado Bacharelado em Cordas – Violão (UFRGS).
Já dividiu palco com artistas como Guinga, Hermeto Pascoal, Ulisses Rocha, Consuelo de Paula , Gastón Rodriguez, Olivier Forel dentre outros e já foi músico e compositor solista convidado em Concerto com a Orquestra de Câmara do Teatro São Pedro (OCTSP), em Porto Alegre e com a Banda Municipal de Porto Alegre (Projeto EncontraBanda). As parcerias de suas canções incluem nomes como Consuelo de Paula , Thiago Amud, Mauro Aguiar, Marco de Menezes, Richard Serraria, Luis Mauro Vianna, dentre outros.
Acaba de lançar seu quinto trabalho autoral e segundo livro: o ‘Primeiros Toques – Metodologia Violão com voz de Felipe Azevedo‘ (2023)!
Uma abordagem de ensino musical que foca na desenvoltura de 03 habilidades simultâneas: Desenvoltura Rítmica, Desenvoltura Técnica no Violão e Desenvoltura em ‘Tocar e Cantar’ com Sincronia e Independência.
“Quando escuto uma música destas sinto orgulho de ser brasileiro.”
“O Violão com Voz de Felipe Azevedo é Violão suporte, cinzel, martelo num diálogo inquietante com a Voz!”
“Neste Brasil pródigo em violonistas exuberantes, inventivos, sutis, virtuoses e em compositores e intérpretes que colocaram o violão num lugar de destaque no mapa da música popular do mundo, Felipe Azevedo se afirma com originalidade, forçando os limites lá onde os universos da canção e do violão se encontram.”
MAESTRIA
“O domínio não vem simplesmente de 10.000 horas de prática, mas de 10.000 ou mais horas de prática deliberada [e randômica], de forma inteligente, ponderada e questionadora.” (G. A. M)
CONEXÃO
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana.” (C.G. Jung)
PROPÓSITO
Meu propósito é inspirar e contagiar as pessoas com a intensidade e Vibração da Música e do Saber através do ‘Violão com Voz‘- de modo que – juntos possamos reverberar e colher os efeitos destas Vibrações impactando positivamente a coletividade, o meio ambiente e o mundo.
EMPREENDEDORISMO CULTURAL
Empreender é mais ou menos como Trocar as Cordas enquanto Toca e Canta e , ao mesmo tempo, continuar produzindo o show!
VIBRAÇÃO
Vibro a Música que a Vida me Vibra!
MOTIVAÇÃO
“Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos.” (Friedrich Nietzsche)
ESSÊNCIA
Quando um músico criador mistura a energia da sua vida interior e existencial, a sua essência, com a técnica musical e o conhecimento, o resultado é alquímico e o invisível se torna visível!
“A ação psicofísica é comparável à nota da partitura da obra para o músico. Mas, o verdadeiro músico, não aquele que consegue reproduzir corretamente nos sons as notas da partitura, mas aquele que, na execução da sua obra musical, pode entregar sua alma, fundir com ela toda sua essência. Tal pessoa nós chamamos Artista-Mestre.” (Kédrov, M. N.)
CRIAÇÃO
“O autor é uma criatura de fronteira. Alguém que vive junto à janela que se abre para os territórios da interioridade.” (Mia Couto)
“A criação de algo novo não é realizada pelo intelecto, mas pelo instinto lúdico que age por necessidade interior. A mente criativa brinca com os objetos que ama.” (C.G. Jung)
Compor é esculpir o tempo e fazendo escolhas!
CONFLUÊNCIA
“Não tenho dúvida de que a confluência é a energia que está nos movendo para o compartilhamento, para o reconhecimento, para o respeito. Um rio não deixa de ser um rio porque conflui com outro rio, ao contrário, ele passa a ser ele mesmo e outros rios, ele se fortalece. Quando a gente confluencia, a gente não deixa de ser a gente, a gente passa a ser a gente e outra gente – a gente rende. A confluência é uma força que rende, que aumenta, que amplia.” (A. Bispo dos Santos)
APRENDIZADO
“Aprender a Aprender é essencial para todos. É a condição para dominar o próprio saber e não ser dominado por ele.” (Eugênio Barba)
MATERIAL, TEMPO e QUALIDADE
“Material: conhecimento adquirido e ampliado. Tempo: otimização do material. Qualidade: a qualificação dos resultados obtidos na combinação do Material e Tempo” (G. Kasparov)
“Não precisamos ter pressa, mas também não podemos perder tempo” (J. Saramago)
” ‘O que ele diz não se escreve’ é o ditado popular, famoso em que qualquer ser humano esteve, está ou estará inserido nele, mesmo que seja por uma fração de segundos. Aqui, agora eu me sinto no dever de contrariar a frase quando penso em Felipe Azevedo, inspiradíssimo artista Brasileiro que esbanja talento. Ouçamos a música deste cara e façamos bom proveito, pois é uma oportunidade e tanto pra se deparar com a infinidade de Brasis que nos espera. Felipe vai do baião à milonga, da modinha à salsa, do samba ao jazzístico sem ferir as suas origens, pelo contrário, acrescentando o progressivo ao tradicional, mas de modo brilhante, não pelo prazer puro da invencionice; e o melhor de tudo é que ele se respalda sempre na bela melodia! Apesar de ser um grande violonista, quando compõe o violão assume a função de instrumento mesmo: martelo, cinzel, talhadeira, etc. Bordador de canções, olho microscópico no acabamento, dono de um ritmo muito peculiar, vai do verborrágico ao monossilábico quando se faz necessário. Artista de longo alcance para ser esmiuçado, auscultado, estudado, entendido e acima de tudo sentido! O que eu digo eu escrevo e espero que a maioria das pessoas que ouvirem Felipe Azevedo assinem embaixo.”
“A nova produção musical que Felipe Azevedo tem apresentado em seus discos recentes (Percussìvé ou a prece do louva-a-deus e Tamburilando Canções – Felipe Azevedo Violão com Voz) destaca-se pela investigação dos mais variados elementos da música popular brasileira, tratada em seu mais amplo sentido e sem limites regionais. As canções são ricas em elaboração melódica e profusão rítmica. Além de mostrar um cuidadoso trabalho como intérprete, em canções apresentadas com violão e voz, o músico contribui com originalidade em seu duplo papel de compositor e arranjador. O violão surpreende pela realização de contrapontos elaborados e contracantos expressivos, produzindo texturas diversificadas e trazendo elementos substanciais da música polifônica para enriquecer a sonoridade das canções. Com tudo isso, obtém-se a ampliação das diversas camadas de significado que aparecem na inter-relação entre o texto cantado e a música que o exprime”.
A arte de Felipe Azevedo também faz parte de uma estética musical que foi inaugurada por grande parte da nossa geração. É um som essencial.
Através do seu violão ele transmite segredos rítmicos, mistérios sonoros, belezas vindas do sul do país. Ele faz um som universal. Suas composições são belíssimas.
Fizemos uma canção – que está entre as minhas preferidas – na época do rompimento da barragem em Mariana. E realizamos um show juntos em Porto Alegre e Pedro Osório: Rezatório.
Escreverei aqui o que eu disse pra ele na época (aqui com outras e mais palavras):
Felipe, mora dentro de você uma floresta cheia de músicas que pouco a pouco revelam as diversas árvores que habitam seu corpo. Na madeira do seu violão correm melodias que percorrem estradas infinitas.
Felipe Azevedo é uma dança que acontece entre o seu corpo, o seu violão, a sua voz e as melodias que ele inventa. E com muita técnica e magia ele constrói uma obra gigante. Uma obra com harmonia rara e com assinatura própria.
Salve, Felipe Azevedo!
“A voz é a própria pessoa, é a identidade que se mostra. No momento em que o compositor Felipe Azevedo, buscando as raízes da música, coloca com tanta intensidade seu sentimento, seu talento, é imprescindível uma preparação vocal que possa dar suporte à interpretação de sua música. Durante o trabalho de preparação para a gravação do álbum Tamburilando Canções – Violão com Voz, pude acompanhar a total dedicação de Felipe na busca da essência de sua voz, do conhecimento de seu aparelho vocal, na consciência de cada novo som experimentado, na descoberta de seu verdadeiro timbre. A voz peculiar de Felipe Azevedo foi aos poucos se misturando aos matizes da sonoridade do violão e, juntos, vimos surgir um trabalho integrado de violão com a voz, cada vez mais rico verdadeiro e interessante”.
“O Violão Brasileiro é uma página da música universal, e tem seus representante de forma bem definida. Peças da música clássica brasileira são populares no mundo todo e executadas por artistas da área em todos os continentes. Desde Dilermano Reis, João Pernambuco, Baden Powell, Rafael Rabelo, e os contemporâneos Guinga e Yamandu Costa. Aí localizo a obra e as características deste grande compositor, intérprete e professor do Violão Brasileiro. Felipe Azevedo trafega por todas as áreas do violão. Onde o violão Brasileiro estiver em pauta, o nome de Felipe Azevedo deve constar no compêndio como um dos seus grandes representantes.”
“Deixei para ler “Tamburilando Canções” somente agora, depois de alguns anos de viagens e retornos, canções, leituras, escutas e cantorias. Fiz bem, no meu caso. Isto porque o livro-disco do Felipe Azevedo sintetiza muitas das leituras e reflexões que venho fazendo como compositor da canção. Ele atalha o caminho, sem cortar o caminho, se é que vocês me entendem. Ele condensa o caminho. Sabe explicar a rota a quem o pede. Todos sabemos como é difícil indicar um percurso a alguém. Quantas vezes nos arrependemos de pedir uma informação no trânsito e ficamos mais perdidos do que estávamos. Felipe Azevedo, em seu “Tamburilando Canções” mostra um mapa preciso nesta complexa tarefa de compor, pensar processos de criação e ter consciência de contextos envolvidos: sociais, históricos, estéticos, enfim. Gracias, Felipe, por saber indicar o caminho com poder de síntese e aprofundamento ao mesmo tempo!”
“Quando comecei a ter aulas com o Felipe Azevedo eu tinha muita dificuldade em tocar violão e cantar ao mesmo tempo. Muitas vezes, tinha dificuldade em manter um mesmo andamento enquanto tocava e cantava, além de ter um repertório limitado de levadas, ritmos e suas variações e de não ter prática alguma de leitura de partitura para violão.
Nas aulas, o que eu sinto que mais me ajudou, foi o processo de estudo das variações de levadas/ritmos e a relação de cada elemento com o pulso a partir de uma primeira célula-base dos ritmos (através da escuta, da observação da execução musical, da leitura e da entoação com percussão corporal e solfejo).
Ao aumentarmos gradualmente a complexidade das leituras rítmicas e melódicas no violão (de modo que ele se torne independente) e manter a voz em um mesmo padrão (rítmico e melódico), somos induzidos a exercitar a percepção dos contrapontos rítmicos que resultam de cada combinação de violão, com voz e pulso.
Ainda que esteja totalmente no meio do processo de buscar independência rítmica do violão e a voz, sinto que hoje eu percebo com mais nitidez meus objetivos para com o VIOLÃO e com a VOZ (como intérprete e como compositora) e os caminhos que podem me ajudar a alcançar esses objetivos.”
“Meu primeiro contato com o método tamburilando foi quando eu ainda era aluna do curso de música na UFRGS, em uma aula demonstrativa ministrada pelo próprio Felipe Azevedo, em 2006. Na época, fiquei muito instigada com o resultado estético que Felipe obtinha nas suas canções e, ao mesmo tempo, com o equilíbrio que existia entre a sua expressão artística e os procedimentos didáticos mencionados por ele.
Isto me fez, em 2008, procurar o artista para aulas individuais com intenção de aprofundar meus conhecimentos dentro de uma demanda violonística específica, que abrangia tanto a técnica na execução instrumento quanto a forma de pensar os arranjos e as composições a partir do violão.
A aplicação das etapas do tamburilando me proporcionou ter maior clareza dos conteúdos relacionados a técnica do contraponto, de uma forma muito direcionada e sem a rigidez que muitas vezes pode tolher a expressão artística. Houve um momento onde senti que minha intimidade com os materiais sonoros aumentou, e que, portanto, me apropriei do conceito e consegui utilizá-lo da minha maneira.
A vivência deste método foi de fundamental importância para o encontro de minha identidade artística e estética, e este espaço de descoberta que o tamburilando permite enquanto utilizado é o que o faz ainda mais enriquecedor!”
“De compositora para compositor
Estava aqui ouvindo o som e lendo um pouco o livro do Felipe Azevedo, o “Tamburilando Canções – Violão com Voz”. Desde que vim para Porto Alegre, minha primeira curiosidade foi procurar e ouvir a música que se fazia nesta cidade nova para mim, e o Felipe foi das primeiras pessoas que ouvi. Seu violão com voz já me soava diferente desde o começo: a voz era limpa e clara, muito bela; o violão rítmico, cheio de ostinatos que ele encontrava como um artesão encontra suas pedrinhas preciosas, seu jeito de fazer. Isso foi justamente o que me chamou a atenção no Felipe, seu jeito de fazer. Um jeito no qual voz e violão se misturam e ficamos sem saber onde começa a voz e termina o violão, uma escuta sem fronteiras entre um fazer e outro. Quando o conheci pessoalmente, minha impressão se estendeu: a voz que era também violão ficou também sendo o Felipe em pessoa. Estão todos juntos, pessoa, voz e violão, todos numa fusão de um: um grande músico. Um buscador de vozes, de ritmos, de processos, uma pessoa adorável, com o brilho nos olhos de quem ama o que faz. Sigo escutando Felipe Azevedo, sempre curiosa pelos seus próximos sons!”
“Não me surpreendeu, por quê?
“Tamburilando Canções” não me surpreendeu porque eu sabia que vinham criações de primeira grandeza. O violão magistral de Felipe Azevedo se bastaria. Mas ele é inquieto. Criou letras e se emparceirou para letras perfeitamente encaixadas em sua concepção de violonista. Está tudo tão bem “casado” que não consigo concordar que o canto vá para lado diverso da execução no instrumento que obedece dócil a seus dedos magistrais. Mais uma vez vem à tona a minha indignação quanto ao que perde o Brasil ao ficar de costas para o RS. Parabéns, Felipe Azevedo! Trabalho bom demais!”
“Felipe Azevedo, Guitarrista y Cantor brasileño, ademas denomina su estilo ‘Violão com Voz’ , para nosotros ‘Guitarra com Voz’ e explora las possibilidads expressivas conjuntas de la Guitarra y de la Voz e o resultado es esta intrincada musica na qual parece increible que este tocando SOLO la Guitarra y Cantando a la vez, no qual, como vemos él resolve com gran MAESTRIA! A música de Felipe Azevedo quiçá no sea los músicos brasileños más conocidos, pero si, a nuestro entender es dos más interessantes!”
“Felipe Azevedo, você é mais uma prova da excelência da produção brasileira atual à margem do universo mediático (que também traz muitas coisas boas, de outra natureza). Já incorporei o seu disco entre os grandes trabalhos que tenho ouvido ultimamente. Parabéns!! Grande abraço”.
“Conheço o Felipe Azevedo desde o ano 2000 e sempre admirei suas ideias e originalidade. Sou um amante da música e sou violonista e percussionista amador e iniciei minhas aulas com Felipe aproveitando seu conhecimento dos ritmos gaúchos e brasileiros. Quando me defini por ir viver em New York, aprendi com Felipe muito sobre Bossa Nova que é imensamente valorizado pelos músicos de jazz locais e isso me abriu várias portas na Big Apple. Depois me mudei para Londres, acabei tocando no grupo de choro Regional Grafton. E agora, vários anos depois, voltei às aulas com Felipe para aprimorar minha leitura de partitura, aproveitando uma pequena passagem em Porto Alegre. Evidentemente, com todo a experiência e estudo do Felipe, eu acabo aprendendo muito mais do que o foco das aulas. Aprendo sobre história, filosofia, compositores, personagens referência na música e tantos outros assuntos que considero importante para a minha formação musical.”
“Oi Felipe, é o Juliano, fui teu aluno tudo bem?
Queria te dizer que aquela aula em que tu me ensinou a marcar, contar, sentir o tempo musical usando os passos foi determinante na minha vida!
Porque acho que havia vivido, até então, no logro de considerar que a música era exclusivamente um fenômeno mental. E a tua aula me fez perceber que a música é corporal, e que é preciso vive-la integralmente, corporalmente.
Existem algumas aulas, alguns livros que te marcam. E tu me deu excelentes aulas.
Mas teve uma que me marcará para sempre! Foi decisiva, não apenas musicalmente, mas humanamente, de forma completa! Pois senti a totalidade da música. Eu incorporei o Ritmo. E sem ti, não teria acontecido.
Foi o Mestre que permitiu isto! Obrigado!”
“Com Felipe Azevedo pus ordem na casa mais uma vez: utilizar ferramentas das quais já tinha conhecimento, mas que não utilizava por não ter tido uma instrução mais prática na minha realidade de músico popular. Em pouco tempo Felipe me deu novas perspetivas de carreira e se tornou mais um dos mestres importantes que cruzaram meu caminho. Obrigado Felipe por ter aceitado um desafio cheio de demandas e pelo conhecimento compartilhado. Seguimos!”
“FELIPE AZEVEDO
Talvez se Guido D’Arezzo, monge, que pensou sob a batuta da Igreja, as sete notas musicais, dando a cada uma delas o nome a partir das sílabas iniciais de um hino dedicado a São João Batista, fosse vivo, talvez perguntasse: – “afinal, quem é esse moço, de onde vem essa sonoridade tão diversa?”
Ou quem sabe algum pesquisador de nossa música, em clichês habituais, sempre a partir de um Brasil escaldante, litorâneo, ficaria – ou fica – estupefato com esse moço e seu violão, com essa música que vem do Sul do país, mais precisamente da fronteira com a Argentina, com seus invernos abaixo de zero, mas tragada de brasilidades, de quintais e sertões, de pantanais e florestas, de pampas, cerrados e infinitos.
Recheada de surpresas melódicas, harmônicas e contrapontos.
Com métrica e redondilhas por vezes, acidentada; por outras, para exemplificar o diverso.
Sua música vibra com a vida, seu violão tem voz, pois é ele quem chega primeiro, tamburila, percussivo, extravasa e rasga o peito e rasga a pele, a todo sentimento.”
“Felipe Azevedo é um músico polifônico! Além de compor, arranjar e ensinar, também faz um profundo trabalho de pesquisa da canção brasileira e suas raízes, além das possibilidades timbricas do violão. É interessante perceber que essa diversidade musical do Felipe se entrelaça como nas texturas sonoras de suas composições – essas “vozes” se completam, conversam e confluem harmoniosamente entre si. Sua obra reflete esse caráter “polifônico” de sua personalidade, tendo o violão como coluna cervical justamente por ser um instrumento possuidor de uma gama ampla de funções. Nas mãos de Felipe Azevedo, o violão é explorado em seus vários aspectos – percussivo, contrapontístico, orquestral, acompanhamento, etc – ao mesmo passo que dá igual importância para a voz. Sua obra, com uma clara identidade própria, dialoga com uma profusão de referências do cancioneiro popular brasileiro (percebe-se confluências de Pixinguinha, Caymmi, Garoto, João Gilberto, Gil – para dizer só de alguns) integrando todos aqueles aspectos tímbricos e funções violonísticas de forma muito bem resolvida. São como diversas camadas dinâmicas dialogando e se apropriando uma das outras o tempo todo sem se sobreporem… É por isso que me surge a idéia de polifonia. E ao fim, Felipe Azevedo leva todo este universo para suas aulas, fazendo com que a experiência de aprendizado de seus alunos seja um desvelar musical das tramas sonoras e da canção”.
“A proposta do CD Tamburilando Canções – Violão com Voz, de Felipe Azevedo, me parece clara desde os primeiros acordes. Nada de violão a serviço da voz, muito menos de voz a serviço do violão. Os dois instrumentos dialogam todo o tempo e, portanto, cabe sentir as canções como uma relação entre um e outro.”[…] “Esse recurso perpassa o álbum e parece estar em sua proposição mais íntima. Na audição, adiciona outra camada de tessitura sonora, pondo em evidência uma sensação de perspectiva, não muito comum e cada vez mais ausente na canção popular brasileira. De boas raízes, como Dorival Caymmi, por exemplo, essas “canções em 3D”, plásticas o bastante para gerar uma noção de frente e fundo por meio da movimentação dos planos, ganham muita força e, por si só, justificam que se ouça e se discuta o álbum.”
“Apresentado pelos compositores Guinga e Fernando Mattos, que enfatizam a beleza e a elaboração das melodias, a variedade rítmica a diversidade de texturas, o livro merece atenção por horas de fruição, apresentando ensaios, análises, comentários, partituras, letras e até uma entrevista. Tudo para enriquecer a audição do CD, reforçando uma das facetas do trabalho do cantor, compositor, ensaista e violonista: a de educador. ![…]
“Explica-se: em vez de atuar como acompanhante, o violão assume igual papel de protagonista, dialogando de igual para igual com a voz. A pretensão é de que os dois estabeleçam o que ele chama de “diálogo de primazia”, ocupando planos interdependentes, mas de igual valor. Mesmo que em alguns momentos um ou outro ganhe destaque na canção. Completam o quadro a letra e a performance, criando uma sucessão de imagens que o autor compara a um efeito 3D. Daí vem o título, em que a expressão tamburilando reúne tamborilar (percutir) e burilar (aprimorar).[…]
” Semelhante, em vários momentos, a obras de autores igualmente cuidadosos com suas intenções, como Sérgio Santos, João Bosco, Guinga e Luiz Tatit, ‘Tamburilando canções’ é quase uma defesa de tese. Raramente se viu, na música brasileira, trabalho defendido com tanto cuidado nos detalhes e nas intenções.).[…]
“A principal contribuição do músico se concentra na idéia do formato “violão com voz”, em oposição ao habitual “voz e violão”. Observando os diferentes papéis assumidos pelo instrumento ao longo da história da música popular brasileira, Felipe Azevedo dá ênfase à influência dos músicos negros, que adaptaram técnicas de instrumentos de origem africana aos oriundos da península ibérica, socialmente aceitos. Incorporando uma síntese melódico-harmônico-rítmica, o violão brasileiro teria deixado de ser mero acompanhamento, passando a interagir dinamicamente com a voz. Testando os limites desse diálogo, para que o amálgama do seu canto com o violão fosse o mais orgânico possível, o compositor embrenhou-se no cipoal criativo de arranjar e rearranjar as composições, burilando o tamborilar das cordas brasileiras.
Elo entre a abstração das averiguações teóricas e a materialização das canções apresentadas no CD, o capítulo dedicado às análises deixa claro que, nessas composições, nada foi feito à toa. Para garantir o distanciamento necessário ao estudo da sua própria criação, Felipe se vale de conceitos e categorias criadas por outros pesquisadores: o ponto de vista semiótico de Luiz Tatit, a abordagem audiotextual do francês Michel Chion e a investigação prosódica de Fernando Mattos.”
“Muito mais que um ensaio – Tamburilando Canções do violonista/compositor/ educador musical Felipe Azevedo – é um trabalho que mostra um músico que conhece o seu metiê de forma técnica, plural e criativa, oferecendo ao leitor/ouvinte um repertório que vai do tradicional ao contemporâneo com grande sensibilidade.
Tamburilando mostra uma diversidade de gêneros – do passado e do presente – num discurso musical acurado. Compreende análise textual e musical e indicação de referências para ampliação do estudo, além de um CD”
“O compositor, violonista e cantor Felipe Azevedo, após ter estudado a técnica violonística ao longo de três anos aproximadamente, sob minha orientação – tempo mais que suficiente para conhecer a fundo a filosofia instrumental que abordo através de meu livro “Violão Prático”-; também, convidou-me a trabalhar na supervisão e aplicação da mencionada técnica na apuração e acabamento de suas composições, preservando sempre a sua criatividade e estética autoral. Ocorre que quando ouvimos suas obras onde Felipe explora a junção do Violão com a Voz, o que soa não é apenas um violão acompanhante e sim um contraponto de excelente colorido repleto de sutis nuances, produto de sua constante investigação na arte da expressão musical. Este artista tem demonstrado ser de um grande talento e refinado estilo, resguardando assim um alto compromisso com a sua arte e neste sentido, merecedor do aplauso do grande público”.
“Cuando Felipe Azevedo vino a presentarse por primera vez en la emblemática Sala Zitarrosa de Montevideo, nuestro mate/chimarrão estaba recién preparado. A “Janela Entreaberta” fue nuestra primera canción compartida y de allí el comienzo de un camino que sólo anhela futuros.
Una forma de cantar, de tocar… “Tamburilando Canções”. Una forma de sentir nuestra Latinoamérica que luego nos motivó realizar la filmación del videoclip “Balagula Xibimba” con la dirección fotográfica del gran Diego Sapienza en nuestro Planetario de la Ciudad de Montevideo.
Cada estrella del firmamento refleja la luminosa música de Felipe, una vocación hacia la fuente que nos enciende. Así nuestros Surnacimientos encontraron una entrañable complicidad junto a nuestro parceiro del sur del Brasil.
Natural confluencia de la canción de dos ciudades hermanadas desde sus orígenes. Un proyecto vital, que actualmente se encuentra en continua evolución entre dos antiguas y muy conocidas vecinas … Porto Alegre y Montevideo.”
“On Felipe Azevedo, guitarist, singer and composer: A few years ago I had the pleasure of hearing Felipe Azevedo`s music, and was at once attached to the unique world of harmonies that it presented. The guitar was used almost as a minor orchestra, with modern, daring chords, rapidly changing, and surprising to the ear, without creating confusion. As Azevedo later wrote works for me, I was again caught by the magic in the language. This time by the almost harp-sounding world, and with amazing poetic lines in the melodic phrases. Beautiful, but also going emotionally deeper than just a surface of sound. Going from the instrumental side of his composing, this also reflects the way his songs are written. It is a kind of contemporary music that communicates, without using cheap formulas, but with a natural sense of the idiomatic possibilities, and with the voice and guitar as medium. This is another angler than composers who cannot perform, and stick with the computer. We find all this in the CD, Tamburilando. One of my favourites.”
“Quando tive a oportunidade de conhecer a arte de Felipe Azevedo na TVE, (antes de conhecê-lo pessoalmente) fiquei imediatamente impressionado, primeiro, pela incrível (e natural) independência entre sua sofisticada arte violonística e o seu canto. Enquanto Felipe entoava sua riquíssima poesia em letras de grande valor, o violão “tecia” um contraponto polirrítmico complexo e que, ao invés de “travar uma batalha” com a voz, estabelecia um perfeito casamento artístico oriundo de um músico que logo se percebe onde quer chegar. Por estas razões, vale também frisar que Felipe Azevedo também é proprietário de um estilo personalíssimo produzindo uma originalidade artística ímpar no Brasil e também no mundo.“
“Felipe Azevedo es un guitarrista con una técnica de ejecución admirable, pero realmente dimensionamos esta cualidad cuando ella se fusiona con su propia voz creativa. Voz, o voces, pues en su música existen varios planos y jerarquías que interactúan de muchas maneras: la voz del autor, en tanto que creador (compositor, arreglador y poeta); la voz del cantor como referente melódico; la voz del guitarrista como instrumentista-solista; y las múltiples voces de la guitarra como medio polifónico. Aunque, tal vez, lo más significativo sea aquello que está más allá de las cuestiones técnicas inmediatas. (¿Acaso no radica aquí lo maravilloso del arte?) Felipe nos ofrece una música que, paradójicamente, no da cuenta de sus complejidades internas; un formato en el cual inmediatamente se percibe la belleza creativa; canciones en las que la fluidez interpretativa supera todos los secretos que ellas mismas encierran.”
“Existe aquela ideia, às vezes preconceituosa, e às vezes estatística, digamos assim constatada, de que os músicos rigorosos de conservatório às vezes interpretam com menos emoção do que a gente está acostumado no âmbito popular, a ouvir! O Felipe Azevedo quebra totalmente isso porque tem uma interpretação absolutamente emocionada ao lado de um rigor, de um cuidado, de um critério que a gente percebe de saída”
“O Violão é uma extensão do teu corpo Felipe Azevedo! Uma coisa única e pulsante, intensa que te joga para uma experiência de imersão impressionante!”
“A música de Felipe Azevedo fundamenta-se numa arqueologia sonora e estilística que se pode ouvir a diversidade do Brasil. Essa diversidade pode ser ouvida em um passeio que singra entre a raiz e o progressivo, refletida em uma sala cheia de espelhos que espelha uma multiplicidade de alegorias sonoras”
“Felipe Azevedo é um etnógrafo dessa ‘Terra Brazilis’, e que na sua etnografia musical recupera muitas dessas vozes, desses sons, desses ritmos que estão nas ruas, que atravessam lugares e que resistem ao tempo do mundo …, porque o tempo do mundo é diferente do tempo vivido. A obra de Felipe Azevedo nos transporta para um “tempo outro”, um tempo que é da esfera do vivido, de um saber partilhado, que fala de um espaço, dos sujeitos e das suas estórias”.
“O violonista, compositor e arranjador Felipe Azevedo tem um dom muito especial e raro nos dias de hoje: combinar bom gosto, técnica, originalidade e incríveis composições com fluência e naturalidade. Sua música se renova a cada audição, revelando detalhes interessantíssimos. “Tamburilando Canções” é um trabalho de primeira! Parabéns!”
“O canto de Felipe Azevedo vem da terra, das entranhas, de antanhos, do Brasil – menino que se descobre na fusão, na confusão e se ergue à ordem cibernética para respirar outros ares, outras eras, outras modulações, outras modelações, outras molduras, outras estruturas. A engrenagem é de corpos, é de ritmos, é de rodas, de máquinas. Palavras cotidianas colidem com voz estranha para gerar brasuca, sensível à perplexidade brasileira ante um mundo sem fronteiras, em que produtividade não se distingue de alucinação.”